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Mais um, menos um. Mais um “guerreiro” se foi. Menos um “guerreiro”, nesta guerra injusta. Nesta guerra de forças desiguais. Que arrasta, destrói vida, destrói famílias.

Mais um “guerreiro” se foi. Mais uma família destruída. Acabada. Dilacerada pela violência que insiste em bater à porta.

Violência, pura e simplesmente. Maldade por maldade. Prazer na dor dos outros. Felicidade na destruição.

Por quê?

Pergunto?

Por quê?

O que fizemos para sermos caçados desta forma?

O que fizemos para sermos assassinados tão brutalmente?

O que fizemos para que nossas famílias fossem destruídas desta maneira tão trágica?

A dor que sentimos agora é insuportável. Como se uma navalha transpassasse o novo coração.

Ele não voltará mais. Por mais que queiramos, como outros que já se foram nesta guerra, que insistem em não ver, ele não vai mais voltar.

Só ficou a dor. O vazio. A solidão. O medo.

Quem será a próxima vítima? Eu? Você? Nós?

Desculpe, mas, mais uma vez, pergunto: Por quê?

Se há uma guerra, quem somos nós? Onde estamos? Somos a linha de frente, lutando desarmados contra um inimigo invisível. Um inimigo covarde e cruel que atira pelas costas. Transformando-nos apenas em estatísticas.

Há! Que guerra cruel esta! Se já não bastassem os medos e as angustias do dia a dia, onde somos reféns de 200, 250 presos por pavilhão. Somos agora reféns na rua. Seja no retorno do trabalho, no dia de folga. E pior ainda, no seu reduto mais sagrado, o nosso lar.

Somos trabalhadores nada mais que isso. Trabalhadores que se transformaram em guerreiros. Guerreiros sem armas.

E de quem é a culpa de tudo isso? Nossa?

Somos o lado mais fraco da corda. Vivemos na corda bamba, trabalhando com o que temos. No trabalho fazemos o melhor. Damos o melhor. Fazemos o possível para que a Lei seja cumprida. Conseguimos para eles, estes mesmos que nos matam, que nos ameaçam, atendimentos médicos, odontológicos, remédios, alimentação.

E por que fazem isto?

Não somos nós que construímos as prisões ou aprovamos orçamentos para o sistema penitenciário.

Não somos nós que julgamos (ou demoramos) para julgar os seus processos?

Não quero culpar ninguém, mas, por quê? Por que nós?

Nós que vemos as agruras do sistema penitenciário e que na maioria das vezes fazemos que o sofrimento dos recolhidos sejam menores.

Seria só por covardia? Prazer?

Onde isso vai chegar? Onde querem que isso chegue?

Não queremos mais ver nossos amigos assim, em fotos nos jornais policialescos. Em fotos desfocadas e roupas vermelhas com sangue, sangue não de um, mas, de muitos.

Sangue de uma categoria. De heróis esquecidos pela sociedade, que insiste em ignorar. Mas sangue puro, honesto. De homens e mulheres de bem que lutam diuturnamente para um mundo melhor.

Estamos aqui, tristes. Mas a cada dia, mais forte que nunca, pois somos heróis. Somos guerreiros. Exemplos de coragem e luta.

Somos ASPs. E nos orgulhamos disto.

(A todos os nobres “GUERREIROS” que tiveram suas vidas ceifadas por este inimigo covarde e cruel, como RODRIGO BARELLA. Descansem em paz! E tenham certeza que não foi em vão!)

Marc Souza (Marcelo Otávio de Souza)

 

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