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O déficit de funcionários é um problema que atinge todas as unidades do sistema prisional paulista. A superlotação carcerária também. Em alguns locais a situação, no entanto, já ultrapassou o limite suportável. É o caso da PI de São Vicente, onde tem dias em que há apenas cinco ASPs para dar conta do serviço de segurança da unidade que tem cerca de 800 sentenciados.

Esse absurdo foi denunciado hoje (04) pelo Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo – SIFUSPESP. O Secretário Geral do sindicato, João Alfredo Oliveira, e representantes da regional da Baixada tiveram uma reunião com o Diretor do Departamento de Recursos Humanos – DRHU – da SAP.

“Discutimos o caso da Penitenciária I de São Vicente e do Anexo. A falta de funcionários lá faz com que os servidores trabalhem em condições desumanas. O quadro é grave em todo o estado, mas especialmente nessas unidades, já ultrapassou o limite do suportável. É preciso que a SAP providencie mais servidores para a PI de São Vicente urgentemente”, diz João Alfredo Oliveira.

A falta de funcionários não se restringe aos agentes de segurança penitenciária, mas abrange todo o quadro de pessoal. Isso explica, no entanto, o déficit maior de ASPs: os agentes são convencidos a assumirem funções que não são suas, como as funções administrativas. É o famoso “desvio de função”, aos quais os ASPs são mais suscetíveis. “O SIFUSPESP orienta a todos: não aceitem desvio de função. Ninguém é obrigado a assumir uma função para a qual não foi concursado e nem é pago”, esclarece João Alfredo.

O desvio de função dos ASPs faz com que o trabalho de segurança deixe de ser feito, o que é um risco para todos. Além disso, os outros ASPs precisam “se virar”, trabalhando dobrado para dar conta do seu trabalho e do trabalho do colega afastado. “Um agente desviado de função faz com que os outros agentes dobrem plantão, não possam cumprir integralmente o seu horário de almoço/descanso. Isso sem falar das excessivas convocações extraordinárias da SAP, que agravam ainda mais o quadro”, resume o Secretário Geral.

"Além de tudo, há uma Portaria baixada pelo Diretor Geral onde informa que os servidores do turno devem dobrar o plantão caso haja necessidade de suprir a quantidade mínima de funcionários para o próximo turno. Na prática esta portaria é uma convocação antecipada", informa o Diretor de Base Alexandre Barnel.

Devido à excessiva responsabilidade de cuidar de uma unidade com a falta de condições mínimas de trabalho, tem também funcionários afastados por licença médica pelo alto nível de estresse. "Essa bola de neve prejudica os servidores e a segurança da cadeia. Só quem é funcionário sabe o que se passa na unidade" comenta o Coordenador da Regional da Baixada Carlos José.

O Diretor do DRHU, José Benedito, informou que a SAP está a par do caso, porém estão esperando a posse de novos servidores para poder movimentar a LPT. A boa notícia é de que, finalmente, a SAP decidiu alterar a forma dos próximos concursos, que passarão a ser regionalizados.

O Secretário Geral João Alfredo espera que a resolução deste problema aconteça o mais rápido possível: "Estamos protocolando um ofício sobre a reunião e os problemas da unidade. Também faremos a cobrança para que sejam tomadas as medidas necessárias para uma condição digna aos funcionários da Penitenciária".

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