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Desde o início da atual gestão em 2017 o SIFUSPESP tem se empenhado em mostrar à sociedade a verdadeira realidade do sistema prisional paulista.

Aproveitar a discussão de temas que afetem direta ou indiretamente o sistema prisional e a seus trabalhadores é importante para que a sociedade pressione o governo a implementar as melhorias necessárias para melhorar as condições de vida e trabalho dos verdadeiros herois invisíveis que garantem a segurança da sociedade com sua dedicação e sacrifício.

A discussão sobre os fim das saidinhas foi um importante passo neste sentido, pois permitiu 

levantar a discussão sobre a precariedade de estrutura e pessoal que normalmente os seguidos governos ocultam.

A nota teve repercussão em vários órgãos de imprensa sendo citada pelo UOL, Folha de São Paulo, O Antagonista, Valor Econômico e durante a entrevista do Secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite na Jovem PAN. 

Essa é mais uma das formas de atuação do SIFUSPESP em defesa da categoria. Abaixo a íntegra da nota enviada à imprensa:



SIFUSPESP teme aumento de motins e evasões com fim das saidinhas

 

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (SIFUSPESP) teme que o fim da saída temporária de presos, após decisão da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (20/03), aumente a insegurança e a instabilidade dentro das unidades prisionais do estado. A preocupação é que a medida intensifique a tensão nas prisões, levando a um aumento nos casos de motins, agressões a funcionários e tentativas de evasão.

 

Esse medo tem razão de ser. O déficit de mais de 30% no quadro de agentes de segurança, além das condições precárias e de superlotação enfrentadas pelas unidades prisionais paulistas provocou um aumento alarmante de 304% nas agressões contra policiais penais em 2023, em comparação com o ano anterior, e um triplo aumento em brigas e motins, sublinhando a escalada da violência dentro do sistema.

 

O presidente do Sindicato, Fábio Jabá, argumenta que, mais do que nunca, é indispensável reestruturar o sistema prisional, visando a ressocialização efetiva dos detentos, em vez de medidas que apenas exacerbam o ambiente já tenso. "Precisamos discutir soluções reais, como o aprimoramento do monitoramento por tornozeleiras eletrônicas, além do reforço da segurança nas unidades para enfrentar a crise no sistema prisional, que hoje mais se assemelha a uma fábrica de criminosos", afirma.

 

Precariedade

Jabá cita os Centros de Progressão Penitenciária (CPP), feitos para abrigar os presos do regime semiaberto, que têm acesso à saidinha. Essas unidades têm estrutura de segurança menor e, por isso, são alvos constantes da ação dos ninjas, que arremessam drogas, celulares e outros ilícitos dentro das unidades.

 

Uma dessas unidades é o CPP "Dr Edgar Magalhães Noronha" de Tremembé, conhecido como Pemano. Com capacidade para 2672 pessoas, abriga 2979. Nos plantões diurnos, são 6 agentes para cuidar dessa população. Nos plantões noturnos, o efetivo é ainda menor. Ou seja, cada agente cuida de 496 presos. Impossível garantir a segurança plena da unidade com uma situação dessa.

 

O mesmo acontece em Mongaguá. O CPP "Dr Rubens Aleixo Sendin" tem capacidade para abrigar 1640 pessoas, mas estava com 2169 em 20 de março. Para cuidar desse contingente, há apenas 6 policiais penais durante o dia e 4 durante a noite. “Decretar o fim das saidinhas sem investir na ressocialização, na recomposição do quadro funcional e na segurança das unidades é acender o pavio em um sistema dominado por facções criminosas e extremamente fragilizado com a superlotação e a falta de materiais básicos”, completa Jabá.

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