Por Paulo Francis Jr da AVL e colunista semanal do jornal Integração

 

A sociedade “cibernética” do século XXI, nunca andou tão rápida como agora. Porém, mesmo com a globalização, continua à mercê da necessidade de líderes. No esporte, na política, nas empresas e até nas famílias, isso se tornou uma raridade. São tantos os argumentos que justificam esse fato que não há como deixar de observar as características da maior liderança que o mundo já viu e compreender porque estamos tão carentes.

 

Quando esteve fisicamente entre nós, o filho do Criador demonstrou e ensinou pelos exemplos como deve ser um comandante, pela sua natureza: sem autoritarismo, sempre pronto a ouvir e dar atenção, não se preocupando jamais em ser o primeiro; e entre tantas qualidades, manter-se na humildade. Em qualquer lugar que andasse não perdia a oportunidade de demonstrar a grandeza de quem o enviou. Infelizmente, em quase todas as religiões, até os seus líderes têm caído não só por falta destas condições básicas, como também, por se corromperem, dando-se aos deleites da materialidade e suas tentações. Lamentável.

No cotidiano, observamos que nem todos os chefes são líderes na essência. E nem todos os líderes têm qualquer cargo, chefia, gerência ou diretoria. Neste parágrafo, trato destes em particular. Sinceramente, tive o prazer de conhecer poucos desse tipo, mas o suficiente para admirá-los em sua postura. Normalmente serenos, de olhar firme, tom de voz bem controlado, de passado incorrigível, atitudes imediatas e boa visão de futuro, provocam, principalmente em seus superiores, certa perturbação já que demonstram maior capacidade.

Todavia, influenciar de forma positiva e produtiva quem está ao redor, não é fácil no mundo conturbado em que vivemos hoje. Aqui entra um aspecto fundamental ao líder: confiança. As grandes empresas e conglomerados sabem exatamente o quanto significa na produção geral. Um bom comandante faz que pessoas produzam além de seus limites. E sintam prazer naquilo que fazem!

Diferentemente dos quem têm cargo de gerência, os líderes não têm subordinados. Eles têm seguidores e admiradores! Espantosamente não dão ordem a ninguém. Fazem simplesmente que sejam efetivadas, sem palavras. Eles apenas influenciam. Não impõem nada a ninguém! Induzem os demais à produção pela sua conduta ou pela presença: aquilo necessita ser feito e é só. Não é lei! Obedece quem tem juízo e prazer em servir quem sabe mandar... Cidadão honesto, íntegro, bem informado se sente bem ao lado de quem tem capacidade em orientá-lo, de conduzi-lo, de lhe fazer trabalhar melhor e com qualidade. Eis outro segredo!

Já lideranças morais e éticas são importantes para a população de qualquer país que deseja crescer. Que quer ser sério! De forma triste, os relatos sobre as lideranças latino-americanas são perturbadoras. Alguns destes líderes são taxados de “excêntricos”. Vou mais além: muitos são mesmo “loucos”. Fanfarrões! O mais assombroso e perturbador é saber que estes dementes têm seguidores fora de suas fronteiras. Não é de lascar? Aos poucos, por estes e outros inúmeros motivos, a compra de armas na região aumentou assustadoramente nos últimos anos. Diria até que já está fora de controle! Ao mesmo tempo, surgiram também líderes mentirosos e omissos. Há até o caso de um que não sabe de nada, não vê nada. Quem gosta de ser liderado por um sujeito assim? Quer ver: o líder, a pessoa que realmente manda neste país continua aí... Nos bastidores. Desapareceu apenas estrategicamente! Todos sabem quem é. Falaremos disso em ocasião mais propícia.

Dos filmes mais recentes, O Gladiador, parece-me o que mais exemplifica a presença de um líder. Na Roma antiga, César vê no fiel Maximus as qualidades ideais de homem: sabedoria, justiça, temperança e liderança. Mais do que no próprio herdeiro a quem barrar a ascensão ao trono. Por conta disso, César é assassinado pelo filho ganancioso Comodorus, que manda matar também Maximus, sendo este apenas ferido gravemente. Ao ser encontrado por uma caravana de escravos, torna-se um gladiador e lidera uma batalha histórica no Coliseu: vence os opositores que estão em maior número.


Assim, o público delira e grita sem parar o nome do comandante da vitória, Maximus. A citação deste filme é importante ainda que soe uma espécie de síntese, de atrapalho aos que ainda não apreciaram a obra neste contexto. Também não quero tirar o prazer dos cinéfilos já que o filme foi lançado no ano 2000 e grande parte das pessoas, de alguma maneira, já o assistiu! Sobre isso ainda se aprende mais uma verdade: quem é líder, é líder em qualquer lugar e em qualquer circunstância.

No geral, o bom líder é aquele com quem os demais não apenas querem conversar. Na sua ausência, sentem sua falta! Tem muita gente aí esmurrando mesas ou com o dedo em riste, xingando, gritando, punindo ou até se desfazendo dos que estão a sua volta pensando que os outros estão lhe obedecendo porque é um líder. Triste engano! Sujeitam-se apenas diante do poder de demitir sumariamente. Não! Quem está liderança não pode abusar dos subordinados. Jamais! Concorda? O bom comandante não deixa transparecer nervosismo. Mesmo que se encontre desesperado, permanece firme. Respeitoso!

Você se considera um bom líder?