Ocorrência gravíssima foi registrada na noite desta terça-feira(23). Apesar de não terem sido feridos, servidores ficaram à mercê de criminosos e sofreram forte trauma psicológico. SIFUSPESP defende reforço imediato da segurança externa de todas as unidades prisionais do semiaberto, com a utilização de vigilância armada para conter avanço do número de casos, que se proliferam também em Mongaguá

 

por Giovanni Giocondo

Uma ocorrência gravíssima colocou em risco a vida de policiais penais do Centro de Progressão Penitenciária(CPP) de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo. Armados, “ninjas” renderam dois servidores que faziam a segurança da muralha da unidade na noite desta terça-feira(23).

A ação dos suspeitos foi rápida, e permitiu o arremesso de sacolas com drogas, celulares e outros objetos ilícitos para dentro do CPP, onde os detentos conseguiram recolher o material. Felizmente, os funcionários não ficaram feridos, mas o trauma decorrente da ameaça deve perdurar durante muito tempo no inconsciente das vítimas.

Além de estar sob um quadro deficitário de funcionários - o que colabora para a falta de segurança, a unidade está superlotada. Com capacidade para  receber 1.738 reeducandos, comporta atualmente 2.284, de acordo com informações retiradas do site da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP).

Extremamente preocupado com o avanço da criminalidade sobre as unidades do semiaberto do Estado, o SIFUSPESP exige que a SAP adote com máxima prioridade medidas voltadas a conter os arremessos nesses estabelecimentos penais.

Em pedido que será replicado para todos os CPPs do interior, o SIFUSPESP vai cobrar da pasta um posicionamento claro sobre a estruturação de uma equipe própria e permanente do Grupo de Intervenção Rápida(GIR) para a realização de blitze nas celas; o uso de policiais penais armados na vigilância externa, além do fim do déficit funcional e da interrupção de novas transferências de presos para essas unidades.

Agora, com a utilização de armas de fogo, a conjuntura que já se mostrava absurda devido ao grande número de ocorrências semelhantes torna-se devastadora. “Os policiais penais dos CPPs trabalham desarmados, não há vigilância externa, e os ninjas estão cada vez mais ousados nas suas incursões. A situação é revoltante, e os servidores estão temendo por suas vidas”, declara o presidente do SIFUSPESP, Fábio Jabá.

Em Mongaguá, por exemplo, quatro funcionários foram agredidos por presos na última sexta-feira(19) após terem impedido os detentos de terem acesso às drogas e celulares arremessados por ninjas para o interior da unidade prisional.

O caso levou o sindicato a fazer uma visita ao CPP nesta terça, quando Jabá, o diretor Alancarlo Fernet e o advogado da sede regional do SIFUSPESP na Baixada Santista, Dr. Jair Rodrigues de Lima, conversaram com os servidores sobre os direitos daqueles que foram atacados. Na Justiça, o sindicato pediu a interdição da unidade, além de oficiar o secretário Nivaldo Restivo a respeito de quais medidas a pasta vai adotar em relação aos casos.