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Gestão Doria usou tropa de choque da PM para barrar avanço dos sindicatos e outras entidades que representam profissionais das forças de segurança do Estado. Com defasagem de mais de 50% em seus vencimentos, policiais penais, civis, técnico-científicos e associações de policiais militares também reivindicam melhores condições de trabalho e saúde digna para trabalhadores do setor. Novo ato acontece em 10 de novembro, na Alesp

 

por Giovanni Giocondo

O governo de São Paulo impediu as forças de segurança pública do Estado de chegarem ao Palácio dos Bandeirantes durante um protesto realizado nesta quarta-feira (27) na zona sul da capital. A manifestação que pede reajuste salarial digno, melhores condições de trabalho, estrutura e saúde aos servidores do setor foi organizada por sindicatos e associações que representam policiais penais, civis, técnico-científicos e militares. Mais de mil trabalhadores foram às ruas no segundo protesto da campanha unificada em dez dias.

Formado por 22 entidades, entre elas o SIFUSPESP - representado pelos diretores Alancarlo Fernet, Apolinário Vieira e Jota Alves, o grupo organizou o movimento em razão do arrocho salarial que campeia no Estado, onde as polícias estão há sete anos sem aumento real de seus vencimentos.  As perdas inflacionárias dos policiais penais, por exemplo, acumulam 50,17% desde que aconteceu o último reajuste dos salários, em julho de 2014. Os dados são do Índice de Preços do Consumidor Amplo(IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).

Nessa campanha unificada, os servidores da segurança também clamam por melhores condições de trabalho e de estrutura de atendimento dos servidores à população, além da adoção de uma política pública efetiva do governo do Estado no cuidado com a saúde física e psíquica desses profissionais.

Também participaram do ato público os deputados estaduais Major Mecca(PSL) - grande entusiasta e responsável pela audiência pública que culminou na organização dos atos; Adriana Borgo(PROS), e o deputado federal Coronel Tadeu(PSL).

 

Caminhada impedida e falta de diálogo

O protesto teve concentração na praça Roberto Gomes Pedrosa, em frente ao estádio do Morumbi, de onde iniciou sua caminhada rumo ao palácio, onde as entidades pretendiam ser recebidas por um representante do governo.

Entoando palavras de ordem e empunhando cartazes contra o que consideram o “Pior Salário do Brasil”, em clara referência à sigla do partido que comanda o Estado há 26 anos(PSDB), as forças de segurança conseguiram andar poucos metros até que a Tropa de Choque da Polícia Militar, sob as ordens da gestão Doria, fechasse o acesso à avenida Padre Lebret, impedindo a subida até a sede do governo.

Como tanto o governador João Doria quanto o vice e pré-candidato tucano ao governo, Rodrigo Garcia, estão viajando, quem está no comando interino do Estado é o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo(Alesp), deputado Carlão Pignatari(PSDB). Sob suas ordens, não houve permissão para que os manifestantes prosseguissem.

 

Novo ato na Alesp e continuidade da luta 

Apesar da falta de diálogo por parte do Palácio dos Bandeirantes, duramente criticada pelas entidades e pelos deputados, os servidores decidiram que vão continuar pressionando dentro da proposta de unificação da campanha salarial das categorias policiais. O encaminhamento feito após o ato de hoje foi de uma nova manifestação no dia 10 de novembro, desta vez nas dependências da Alesp.

Para o diretor de Saúde do SIFUSPESP, Apolinário Vieira, a covardia do governo em barrar a chegada dos policiais pode ser um estímulo para que os servidores da segurança continuem mobilizados e consigam sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de serem valorizados, mais bem equipados, terem mais qualidade de vida e contarem com apoio do Estado para atuar de forma eficiente.

“Precisamos de salários melhores, planos de carreira, regulamentação das nossas atividades, que é o caso da Polícia Penal, porque essas medidas são sinônimo de investimento do governo para prestar um bom atendimento à população, que é quem mais sente quando as forças de segurança estão desvalorizadas e esquecidas no limbo devido a uma postura omissa do Estado. É por essas razões que continuaremos lutando, até a vitória em defesa dessas categorias e de toda a sociedade paulista”, declarou.



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