Agora é hora de mobilização e luta, hora de usarmos estratégia e inteligência. Palavras bonitas e gritos de indignação não vão mudar o passado. Só nossa união vai construir um futuro melhor.
Estratégia e inteligência
Quando partimos para uma luta sindical, temos que avaliar quais nossas forças, nossas fraquezas assim como conhecer, entender e explorar as forças e fraquezas do governo.
A luta sindical deve ter como princípio aumentar nossas forças, diminuir nossas fraquezas e explorar as fraquezas e contradições do governo, não tenhamos ilusão de que o governo não tentará fazer o mesmo contra nós.
Movimentos errados podem ser um tiro no pé
Entidades sindicais que se mantiveram apáticas e em cooperação com o atual secretário, hoje se manifestam contra o projeto, apesar de terem concordado durante a reunião de sexta-feira 18/04 de que as modificações seriam buscadas na ALESP, dado o fato que a minuta do projeto prevê um prazo de 90 dias para a lei entrar em vigor e qualquer atraso agora, significará que a lei só entrará em vigor em 2025.
O que fazer?
Temos que ter clareza que o que existe até o momento é uma minuta, que só se tornará uma lei quando for aprovada na ALESP, conforme foi falado na reunião o governo está aberto a negociar, porém toda negociação parte de uma posição de força e quanto mais força demonstrarmos na ALESP melhores serão nossas perspectivas de negociação, também temos que ter clareza que os deputados são muito mais sensíveis a pressão da categoria organizada. A presença diária de centenas de Policiais Penais nas galerias da ALESP servirá como um sinal de que queremos mudanças no projeto que preservem direitos e garantam avanços.
Temos que entender que cada etapa de luta exige uma tática adequada e não podemos mais deixar passar nenhuma oportunidade de mostrar que não queremos retrocessos e sim avanços, então é hora de concentrarmos esforços e não de esperar soluções mágicas.
A luta é contínua
Desde que foi votada a PEC da Polícia Penal o SIFUSPESP tem batalhado pela aprovação da Lei Orgânica com valorização, segurança jurídica e ganhos reais para a categoria.
Foram dezenas de assembleias, atos e convocações, centenas de horas pelos corredores da ALESP e milhares de quilômetros rodados pelo estado e palavras escritas e faladas para explicar e conscientizar a categoria.
Infelizmente durante todo este período, temos travado a luta praticamente sozinhos, em setembro passado após o governo suspender as negociações os outros sindicatos abandonaram a luta, enquanto trabalhávamos para mobilizar a categoria sendo perseguidos com o impedimento de visitar as carceragens e com a instauração de PADs contra nossos dirigentes as outras entidades se contentavam em tomar café com o atual Secretário sem sequer questionarem a proibição dos sindicatos adentrar as unidades.
Diversos membros da categoria nos atacavam nas redes sociais, trabalhando ativamente para desmobilizar a operação legalidade. Muitos criticaram o SIFUSPESP alegando que não era hora de pressionar o Governo.
A atual minuta da Lei Orgânica também é fruto da ação destas pessoas e entidades, pois a partir do momento que trabalharam ativamente para dividir e enfraquecer a categoria permitiram ao Governo avançar na retirada de direitos.
Nós sempre avisamos
Quando da campanha de Dória ao governo estadual o SIFUSPESP avisou de suas intenções de privatizar o sistema prisional, muitos duvidaram e muitos votaram e fizeram campanha para ele, o que resultou na retirada de direitos na reforma da previdência, suspensão das contratações e em uma duríssima luta contra a privatização. Nesta luta, fruto da liderança e estratégia do SIFUSPESP saímos vitoriosos, evitando a privatização e conseguindo a contratação de mais de três mil guerreiros e guerreiras e a implantação da escolta no interior e litoral.
Desta vez, no Governo Tarcísio avisamos que o avanço ou retrocesso da categoria seria fruto de nossa capacidade de mobilização, de nossa união e de nossas ações. Infelizmente muitos preferiram apostar na ilusão e manter-se na sua zona de conforto.
Portanto, agora é necessário que a categoria esqueça as divergências, deixe de lado o ego e se una para garantirmos o máximo de avanços e a preservação dos direitos adquiridos.