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Campanha organizada neste mês pela Associação Brasileira de Psiquiatria e pelo Conselho Federal de Medicina tenta reduzir número de casos no país, onde mais de 13 mil pessoas tiraram a própria vida em 2019. Por meio de sua Diretoria de Saúde, SIFUSPESP foca atenção em trabalho de cuidado com a saúde mental dos servidores do sistema prisional, cotidianamente vítimas desse mal que impacta toda a sociedade

 

por Giovanni Giocondo

De acordo com a Organização Mundial de Saúde(OMS), o suicídio se tornou um problema crônico relacionado à deterioração da saúde mental, com reflexos diretos não apenas para as vítimas, seus familiares e amigos, mas para a sociedade como um todo. A entidade vinculada à Organização das Nações Unidas(ONU) estima que 700 mil pessoas em todo o globo morram anualmente após atentar contra a própria vida.

No Brasil, o número de casos de suicídio tem aumentado excessivamente ao longo dos últimos anos. Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2010 e 2019, 112.230 mortes no país tiveram o suicídio como causa. Para completar, houve um incremento de 43% nos registros quando comparados os anos iniciais dessa série histórica, com 9.454 casos em 2010 ante 13.523 em 2019.

Dentro do sistema prisional, essa realidade não é diferente, e pode se tornar ainda mais trágica. Os trabalhadores que enfrentam uma rotina de contato com a violência, a pressão por defenderem o bem estar e a segurança da população ao lidar com a criminalidade e por desenvolverem seu serviço sem margem para erros acabam por prejudicar sua saúde mental, frequentemente alvo de transtornos, síndromes e quadros de depressão.

 

SIFUSPESP e a prevenção ao suicídio no sistema prisional

Na perspectiva do SIFUSPESP, os riscos aos quais estes servidores estão submetidos todos os dias, a sobrecarga laboral e os salários incipientes, aliados aos conflitos familiares e a problemas financeiros muito comuns na categoria, colaboram de maneira decisiva para que guerreiros e guerreiras percam seu chão, sua base, sua estrutura, e infelizmente tomem a decisão de tirar a sua vida, como se esta atitude colocassem fim aos problemas.

Não há dados oficiais sobre o número de registros de suicídio entre esses servidores, mas o sindicato tem tido com frequência acesso a diversas ocorrências onde, até para preservar a dor dos familiares e por princípios éticos, evita fazer a divulgação.

A pandemia do coronavírus e suas consequências trágicas para muitos trabalhadores, que perderam entes queridos para a doença ou tiveram de se submeter ao isolamento social a fim de evitar a contaminação, tornaram ainda mais comuns tanto os atentados consumados quanto as tentativas.

É focado em prevenir o aumento dos casos de suicídio entre os policiais penais e outros trabalhadores do sistema prisional que o sindicato, por meio de sua Diretoria de Saúde, desenvolve um trabalho de apoio ininterrupto a todos os que têm se sentido incapazes de lidar com as dificuldades inerentes à sua vida funcional, fornecendo orientações, encaminhamentos para tratamento e acolhimento nos momentos mais críticos.

Para o diretor de Saúde do SIFUSPESP, Apolinário Vieira, uma das estratégias nesse sentido é a divulgação da campanha Setembro Amarelo. Organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria e pelo Conselho Federal de Medicina, a iniciativa tenta ampliar o debate sobre o tema de maneira transparente, com ciclos de palestras, atendimentos a potenciais vítimas e familiares.

“Precisamos de toda uma rede de apoio com reforço neste mês, e que prossiga sempre que o servidor precisar de ajuda. Todo diálogo é possível desde que haja abertura para tal. Conversar sobre as angústias pode ser um caminho que evitará uma tristeza inacabável caso o suicídio se consume. O sindicato estará sempre nessa caminhada, em defesa de uma saúde mental digna para a categoria, que tanto sofre no dia a dia, com o objetivo maior de reduzir cada vez mais esses casos”, explica.

Uma das ferramentas desenvolvidas pela campanha Setembro Amarelo é o Centro de Valorização da Vida(CVV). A organização atende a qualquer pessoa que solicite auxílio, por telefone ou chat, 24 horas por dia, em um movimento de escuta que cria um ambiente solidário e de cuidados, certamente responsável por preservar muitas histórias e fazer com que elas continuem em frente.

O acesso pode ser feito pelo site www.cvv.org.br ou pelo número 188. As ligações são gratuitas e estão disponíveis 24 horas por dia.

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