Marc Souza

Agente penitenciário, escritor e Diretor do Sifuspesp
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Ser Agente de Segurança Penitenciaria não é fácil.  No estado de São Paulo esta tarefa é pior ainda. Em condições normais, a categoria dos ASPs, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), é a segunda profissão mais perigosa do mundo, agora no estado de São Paulo...

Note-se que a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Conselho Nacional de Política Criminal (CNPCP) estimam que a proporção ideal entre agentes penitenciários e presos seria de um agente para cada cinco presos. No estado de São Paulo a média de Agentes de Segurança Penitenciária por preso é de um agente para cada dez presos, ou seja, cada agente cuida do dobro de presos dos quais deveria cuidar em uma situação ideal. 

Se em uma situação ideal a carreira se torna a segunda profissão mais perigosa do mundo, imagina nesta situação vivida pelos profissionais do estado de São Paulo.

Devemos observar que o cálculo adotado no estado de São Paulo para computar a quantidade de agentes foi feito a partir de dados do portal transparência, ou seja, o número total de Agente de Segurança Penitenciária do estado divididos pelo número de presos. 

No entanto, devemos subtrair da quantidade total destes profissionais, os trabalhadores que estão afastados por licenças médicas e os funcionários desviados de sua função, que são aqueles agentes que não exercem a função para a qual foram contratados, já que estão trabalhando em áreas administrativas, fazendo serviços de oficiais administrativos, ou até mesmo, dirigindo veículos oficiais sem serem motoristas devidamente contratados através de concurso público.

Se subtraímos estes profissionais, a proporção agente penitenciário x preso, aumenta ainda mais.

Outro fator que devemos observar é que o agente penitenciário que exerce a segunda profissão mais perigosa do mundo é aquele que trabalha à proporção de um agente a cada cindo presos e em penitenciárias com a quantidade ideal de presos, ou seja, com a população carcerária para a qual foram devidamente construídas. Situação totalmente inexistente no sistema prisional paulista, que possui penitenciárias com o dobro e arrisco dizer com até triplo de sentenciados para as quais foram construídas. Deixando um ambiente totalmente perigoso e insalubre, tanto para o indivíduo preso, e principalmente, para o Agente de Segurança Penitenciária.

Por isso pergunto:

Se ser agente de segurança penitenciária no mundo inteiro é exercer a segunda profissão mais perigosa do mundo, exercer esta profissão no estado de São Paulo com todas as condições adversas é ser verdadeiramente o quê?

 

Ser Agente de Segurança Penitenciaria não é fácil.  No estado de São Paulo esta tarefa é pior ainda. Em condições normais, a categoria dos ASPs, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), é a segunda profissão mais perigosa do mundo, agora no estado de São Paulo...

Note-se que a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Conselho Nacional de Política Criminal (CNPCP) estimam que a proporção ideal entre agentes penitenciários e presos seria de um agente para cada cinco presos. No estado de São Paulo a média de Agentes de Segurança Penitenciária por preso é de um agente para cada dez presos, ou seja, cada agente cuida do dobro de presos dos quais deveria cuidar em uma situação ideal. 

Se em uma situação ideal a carreira se torna a segunda profissão mais perigosa do mundo, imagina nesta situação vivida pelos profissionais do estado de São Paulo.

Devemos observar que o cálculo adotado no estado de São Paulo para computar a quantidade de agentes foi feito a partir de dados do portal transparência, ou seja, o número total de Agente de Segurança Penitenciária do estado divididos pelo número de presos. 

No entanto, devemos subtrair da quantidade total destes profissionais, os trabalhadores que estão afastados por licenças médicas e os funcionários desviados de sua função, que são aqueles agentes que não exercem a função para a qual foram contratados, já que estão trabalhando em áreas administrativas, fazendo serviços de oficiais administrativos, ou até mesmo, dirigindo veículos oficiais sem serem motoristas devidamente contratados através de concurso público.

Se subtraímos estes profissionais, a proporção agente penitenciário x preso, aumenta ainda mais.

Outro fator que devemos observar é que o agente penitenciário que exerce a segunda profissão mais perigosa do mundo é aquele que trabalha à proporção de um agente a cada cindo presos e em penitenciárias com a quantidade ideal de presos, ou seja, com a população carcerária para a qual foram devidamente construídas. Situação totalmente inexistente no sistema prisional paulista, que possui penitenciárias com o dobro e arrisco dizer com até triplo de sentenciados para as quais foram construídas. Deixando um ambiente totalmente perigoso e insalubre, tanto para o indivíduo preso, e principalmente, para o Agente de Segurança Penitenciária.

Por isso pergunto:

Se ser agente de segurança penitenciária no mundo inteiro é exercer a segunda profissão mais perigosa do mundo, exercer esta profissão no estado de São Paulo com todas as condições adversas é ser verdadeiramente o quê?

Marc Souza