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Como se fizesse parte da nossa função, atuarmos como reféns nos presídios

 

 

A quem interessa desestabilizar, fragilizar e intimidar os funcionários que trabalham nos presídios paulistas. Certamente as mais variadas e possíveis correntes, braços, facções e outras quaisquer formas de interesses e conveniências relacionadas ao crime organizado.

Aprendemos a conviver “cordeiramente”, nos submetendo e talvez este seja o nosso grande erro, com presídios superlotados, falta crônica de funcionários, de estrutura e planejamento por parte do governo. Tudo em nome da "aparente" tranquilidade das nossas prisões. Ou seja, o caos e as mazelas do nosso cotidiano, e porque não dizer da população carcerária também, minimizada e banalizada pela mídia, governo, sociedade, e o que é pior, muitas vezes por nós mesmos.

Tornou-se rotina nas prisões as agressões contra os trabalhadores e o aumento na incidência de atentados nas ruas contra os agentes dos presídios, resultando em feridos e companheiros brutalmente assassinados. Estamos chocados e a categoria enlutada e assustada não vê, ouve ou sente por parte dos órgãos relacionados a segurança pública, da Secretaria de Administração Penitenciária ou qualquer outro representante do governo Alckmin nenhuma sinalização de repúdio, indignação ou mesmo preocupação.

Como se fizesse parte da nossa função, atuarmos como reféns nos presídios, sofrendo agressões físicas e psicológicas, que tem sido recorrentes nas últimas décadas ou participarmos ativamente no aumento nas estatísticas de agentes públicos assassinados, decorrente do exercício da função.

O silêncio da SAP é ensurdecedor, a morosidade em atender os representantes sindicais da categoria que querem ser ouvidos, para debater e vislumbrar caminhos e soluções, demonstra o tamanho da preocupação da nossa Secretaria, na figura do atual Secretário da Pasta, Sr. Lourival Gomes, com o sofrimento, a agonia e o drama vivido pelos funcionários do sistema prisional paulista.

O SIFUSPESP estará notificando órgãos do Governo Federal, Ministério público, ALESP, Câmara e Senado Federal, entidades nacionais e internacionais de direitos Humanos, enfim procuraremos apoio e escancararemos a despolítica penitenciária aplicada no Estado de São Paulo.

Para o SIFUSPESP, a falta de diálogo, o silêncio e o descaso assim como a omissão dolosa por parte do Governo Alckmin, representado na figura do maior representante da SAP, que por ironia do destino também é Agente de Segurança Penitenciária de carreira, exige de todos nós uma grande reflexão: Qual o nosso papel e função na atual despolítica penitenciária ? Quais as mínimas garantias de segurança e salvaguarda que temos diante das organizações do crime ? Qual o papel e a política efetiva da SAP que queremos ? Qual a responsabilidade da SAP e do Governador do Estado em todas as mazelas que tem nos tanto afligido

A Diretoria